EXODUS
e a Transição Planetária

Marcelo Niess

Exodus não é apenas uma nave.
É um portal. É um espelho.
É a última chance para os rejeitados.

Abdução alienígena

Mika estava cuidando de seu paciente preferido quando Dunkan entrou na enfermaria e foi direto ao leito de Prim.

— Levante-se! Tenho ordem de levá-lo de volta ao seu quarto.

A médica enfrentou o oficial.

— O meu paciente não pode sair daqui. — respondeu, desafiadora — Ele está em recuperação.

— Isso não me interessa. Ele já descansou demais. Tem que voltar ao seu quarto para se preparar para a extradição.

Mika gelou. Suas pernas bambearam. Prim permaneceu em silêncio e fez cara de dor para não a desmentir. Dunkan tentou levantá-lo à força, mas Mika se ouriçou: os pelos se arrepiaram e ela arreganhou os dentes, soltando um sibilado típico dos felinos enfurecidos, fazendo Dunkan saltar para trás, assustado. Ela fez cara de quem estava prestes a avançar sobre ele e dilacerá-lo com suas garras afiadas.

— Este paciente recebeu mais choques, e com mais potência, do que qualquer outro humano poderia suportar. — declarou ela, firme — Seu estado é grave, e ele não suportaria a compressão dos cilindros de transporte. Isso causaria danos severos ao seu envoltório energético.

Vendo o impacto que causava em Dunkan, ela foi além.

— De acordo com o artigo 375, parágrafo 13, do Código de Extradição da Confederação Galáctica da Luz, nenhum inepta pode ser transferido ou aprisionado sem estar plenamente saudável. — e, aproximando-se do venandi — Se o senhor ousar tocar no meu paciente de novo, eu mesma o denunciarei aos Illustratum para que receba a punição que merece!

Dunkan estava visivelmente intimidado, contrariado e furioso. Olhou mais uma vez para Prim, que aproveitou o momento para soltar um gemido bem fingido. Encarou a gata por alguns segundos e, com passos pesados, saiu da enfermaria demonstrando toda sua raiva.

Assim que a porta se fechou, os dois suspiraram, aliviados.

— O que foi aquilo? — disse Prim, rindo da cena.

— Ele teve o que mereceu.

— Faz de novo!

— O quê?

— Aquele sibilado que você fez. Parecia uma cascavel pronta para dar o bote. E o seu pelo, então! Minha nossa!

Mika riu, um pouco sem jeito. Prim estendeu a mão, e ela a segurou. Um ronronado sonoro ecoou pela enfermaria.

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